Abril de 2005 ? São Paulo, Brasil
O deputado
federal e ex-ministro do Trabalho, Walter Barelli, coordenou a segunda
mesa-redonda organizada pelo Instituto Via de Acesso e Projeto Diálogos para o
ano de 2005, que teve como moderadores os professores mestres Alfredo Passos e
Eduardo Rienzo Najjar da ESPM ? Escola Superior de Propaganda e
Marketing.
A segunda mesa-redonda, de uma série de dez, ocorrida em 1 de
abril de 2005, desenvolveu o tema: ?Educação, Trabalho e Empreendedorismo para
jovens estudantes na área de turismo?. O Instituto Via de Acesso foi
representado por seu superintendente geral, Ruy Fernando Ramos Leal.
Para discutir o tema foram convidados: o Lemos Britto, da Lemos
Britto Feiras e Convenções; o Tasso Gadzanis, Vice-Presidente da Anhembi
Turismo e Eventos; o Eurico Brás, sócio-diretor da Brás-Figueiredo; o
Mara Manrúbia Trama, Semesp e diretora do Ceinter; o Francisco Tierno, sócio
diretor da Puc Turismo; o Ivan Almeida, Senac. o Claudia Moraes,
professora Mestra do Curso de Turismo do Centro Universitário Ibero-Americano ?
Unibero; o Maria Letícia Candello, Psicóloga, Professora e Conselheira de
Carreira;
O cenário considerado para a discussão do tema da mesa-redonda
apresenta o seguinte contorno: a) O Brasil é um país com enorme potencial
turístico e baixíssimo resultado, com esse resultado decorrendo, entre outros,
pelo fato de enfrentar dificuldades com a sua imagem lá fora, diante das poucas
iniciativas de divulgação desse potencial ou da má divulgação que, quando
realizada, insiste em apresentar os tradicionais recursos do carnaval, mulheres
e muita ?diversão?. b) Internamente, como bastante conhecido, encontra-se um
país muito mal preparado para receber o turista, tanto o interno como o externo.
Falta infra-estrutura, mão-de-obra adequada, qualitativa e quantitativamente
falando, e divulgação. c) Melhor preparo, técnico e humano, nos principais
portos e aeroportos receptores de turistas no Brasil. d) Maior intercâmbio
com países de turismo forte e com instituições e organizações internacionais
voltadas para o turismo, como hotéis, resorts, shoppings, museus, escolas,
etc.
Após três horas de discussão, divididas em duas partes, os
participantes apresentaram uma reflexão geral inicial sobre o tema central da
mesa-redonda e em seguida buscaram soluções para essa complexa questão, chegando
a seguinte conclusão:
?A educação atual deve preocupar-se com o mundo não
somente de hoje, mas o de, no mínimo, cinco anos à frente?. O mercado de
turismo é composto de algumas grandes empresas que dominam esse mercado e de
milhares de micro ou pequenas empresas. Há necessidade no turismo de trabalhar
de maneira conjunta, tanto a ocorrência cooperada como nos diversos setores que
compõem o setor. Nesse aspecto, abrangem-se oportunidades para novos
negócios. É preciso buscar oportunidades, que são muitas, mas que poucos
procuram. É mais fácil copiar o que já existe. O ensino universitário deveria
ensinar aos seus estudantes a buscar essas brechas, ser criativo, a pensar nas
soluções de problemas, aumentando, por aí a sua possibilidade de
empregabilidade. O empreendedorismo no turismo aparece, atualmente, de um
lado como um caminho contra o desemprego no setor e, por outro lado, o mercado
tem se tornado competitivo e o consumidor, cada vez mais exigente, vem obrigando
a uma profissionalização que antes não existia. O profissional de turismo,
mais que qualquer outro, pelos setores em que trabalha, precisa ser ético,
responsável, engajado e buscar a sustentabilidade nas suas ações. Embora o
setor turístico tenha alcançado uma boa representatividade econômica atual, o
financiamento para os negócios turísticos ainda é muito difícil, principalmente
para os pequenos. O Associativismo e o cooperativismo são instrumentos que
podem quebrar essa difícil cadeia. Em determinadas áreas do turismo eles são
mais aceitos e mais presentes, como na área rural. As experiências durante o
curso em projetos empreendedores seriam melhores práticas para formação do
profissional de futuro. ?Os estágios na área de turismo nem sempre dão boas
oportunidades para os alunos tornarem-se empreendedores, pelo tipo de atividades
que são exercidas. Como em outras áreas, os programas de estágio podem ser
?reinventados?, como maneira de se abrir outras oportunidades e fronteiras para
os estudantes de turismo. O feed back que bons programas de estágio podem
propiciar, municiarão universidades e escolas para uma adequação mais rápida
às necessidades e oportunidades do setor de
Turismo?.
Instituto Via de Acesso, 26/4/2005.
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