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Morreu Flávio Gikovate, um amigo muito querido
Perdi um dos amigos mais queridos que já tive, Flávio Gikovate.

Eu o conheci em 1990 em uma palestra que proferiu no hotel Maksoud Plaza junto com o apresentador Jô Soares, e os jornalistas Armando Nogueira e Belisa Ribeiro. Teve início ali minha grande admiração por esse extraordinário psiquiatra, psicoterapeuta, escritor e magnífico palestrante. Ele me cativou com sua simplicidade e competência.

Pouco tempo depois, tive a alegria de proferir palestra com ele e a consultora em comunicação Mara Behlau em Cuiabá. Nasceu naquela viagem uma amizade que nos acompanharia para sempre. Fizemos juntos várias outras palestras. Uma das mais marcantes foi em Salvador, pois sempre nos referíamos a ela com alegria quando nos encontrávamos.

Naquele dia, ele divertiu a plateia com um fato inusitado. Pediu um flip chart (cavalete para apresentações) para falar diante de 2.000 pessoas. Como sabia que todos iriam estranhar aquele pedido, disse com aquele ar de gozador: "Sei que ninguém vai enxergar nada, mas gosto de falar e fazer uns rabiscos". A plateia explodiu em ruidosa gargalhada. Usei essa história saborosa em um dos capítulos do livro "Recursos Audiovisuais nas Apresentações de Sucesso".

Gikovate fez o prefácio do meu livro "Vença o Medo de Falar em Público". Esse aval foi importante para que a obra conquistasse credibilidade com o público leitor. Entre edições e reedições, já chegou a quase 20 impressões. O início desse prefácio merece ser emoldurado. Faz parte do meu currículo:

"É com grande orgulho que aceitei o convite do Prof. Reinaldo Polito para escrever a apresentação deste livro, que nos ensina os caminhos de como vencer o medo de falar em público. É uma oportunidade para afirmar a admiração que tenho por ele e pelo seu trabalho". Transcrevo esse seu comentário com incontida emoção.

Eu estava jantando em sua casa quando me revelou que havia fechado contrato com a CBN para fazer um programa aos domingos: "No Divã do Gikovate". Estava feliz e radiante, falando sobre os detalhes. Tinha adorado a vinheta do programa e ansioso para iniciar. Foi um sucesso. Era o programa de maior audiência no horário.

Flávio foi de fundamental importância para a tese de doutorado da minha mulher, com longa entrevista que concedeu a ela falando sobre psicoterapia, diagnóstico empresarial, desenvolvimento humano e relacionamentos no papel profissional. Eu a acompanhei nessa entrevista e tive o imenso prazer de aproveitar um pouco mais dos seus ensinamentos.

Há pouco tempo liguei para ele. Queria cumprimentá-lo pelo resultado do programa e contar que eu e meu filho estávamos sempre sintonizados na CBN em nossas viagens para Atibaia (SP) nos domingos à noite. Foi nesse dia que ele revelou que estava doente e que iria ficar afastado por um tempo da emissora de rádio por causa do desconforto do tratamento. Pouco depois conversamos novamente. Ele estava animado com sua recuperação.

Quando lancei a "Série Superdicas" pela Editora Saraiva, um dos primeiros autores que procurei foi o Gikovate. Escreveu um livro belíssimo: "Superdicas para Viver Bem e Ser Mais Feliz". Entrou para listas dos mais vendidos do país e ultrapassou 100 mil exemplares vendidos. A obra foi publicada também na Itália, França e Colômbia.

Sempre que eu passava por uma livraria e via seu livro bem exposto, tirava fotos e enviava a ele. Ficava feliz e me cumprimentava pela iniciativa de ter lançado uma série tão vitoriosa. Não hesitou quando o convidei para gravar o livro para que fosse lançado em audiolivro. Outro sucesso.

Livro de Flávio Gikovate publicado nas séries "Superdicas", que coordeno para a Editora Saraiva no Brasil, e "I Superconsigli" para a Italianova, na Itália

Aceitou sempre sem hesitar os convites que eu e o orientador profissional Ruy Leal fizemos para que proferisse palestra para a ONG (organização não governamental) Via de Acesso, da qual sou presidente. Ele me dizia que o que mais gostava de fazer era ministrar palestras. Sentia prazer nesse contato com o público. A plateia ficava magnetizada com sua inteligência, bom humor e competência para se comunicar. Paraninfou turmas do nosso curso de expressão verbal. Inesquecíveis apresentações.

Como eu sabia do amor que ele sentia por sua querida Ceci, em todos os nossos contatos, eu e minha mulher, Marlene, mandávamos a ela um beijo carinhoso. Em todas oportunidades que fomos jantar em sua casa, nos recebeu com carinho e muita gentileza. Uma excelente anfitriã. A conversa rolava solta e nem percebíamos a hora passar. 

Eu poderia falar sobre Flávio Gikovate como amigo, profissional e personalidade admirável por longo tempo. Quero, entretanto, deixar registrado esse meu depoimento sobre uma das pessoas mais extraordinárias que conheci. Estou triste, muito triste com sua partida. Com certeza um vazio que nunca será preenchido. Por isso quero encerrar com uma frase que me foi ensinada pela psicoterapeuta que nos apresentou em Cuiabá, Ireniza Canavarro: Viver é a arte de administrar perdas.

Ireniza, sei que você tem razão, mas perdas como essa jamais poderão ser administradas.

 

POLITO, Reinaldo. Morreu Flávio Gikovate, um amigo muito querido. Disponível em:< http://economia.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/reinaldo-polito/2016/10/14/morreu-flavio-gikovate-um-amigo-muito-querido.htm>. Acesso em: 14 de out. 2016.

 


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